sábado, junho 03, 2006

Só nao sei como


v.

Quando dei por mim procurava um lugar, pequeno e solitário. Só não sei como. Esse dia, um dia chegou. Preciso de me sentar. Apenas sabia que queria, mas precisava de aprender todo o resto. Era uma noite sem regresso. andava ás voltas, perdido em mim. Acendi um cigarro, mais um, para juntar ao útimo e tentei esse lugar, não sei como, mas tentei. O trago que trazia na boca lembrava-me algo sentido no passado, aqueles dias e noites que corria as docas á procura de motivos para fotografar. Aqueles dias que passavam sem sentir o tempo e aquelas noites acordado na rua á espera dum centelha de luz, daquele brilho, do reflexo que batia na janela e num ápice ficava registado para sempre. Perdi essas fotos, não as encontro no meu computador, devem andar perdidas em algum sotão da casa antiga. Aquela em campo d'Ourique onde passei esses dias. Toda uma vida. Negativos que nunca foram revelados. Havia montes.
Sentei-me, já era de dia.




4 comentários:

Anónimo disse...

...vim dessa casa agora.sento-me aqui e fazes-me chorar devagarinho.

mano
obrigada.

Agreste disse...

se ainda há os negativos nada está perdido!

uma vez mandei revelar segunda vez uns negativos (das fotografias mais bonitas do meu filho acabado de nascer) e o fotografo perdeu-os, apeteceu-me matá-lo... perda de tempo, agora posso fazer scan e voilá é quase como reavê-los!

gosto muito das tuas imagens e das tuas palavras, as cores são alegres, gritantes, luminosas, predomina o amarelo (adoro), as palavras são tristes demais, é o equilibrio!?

:-)

Anónimo disse...

lindas as fotografias do meu irmão!

...é este nosso equilibrio M.

Agreste disse...

e eu não quero perturbar...